Dia 05/03/00 - Razor

"Dont know what I want but"

O homem agarra o microfone, berrando a música com toda a potência da garganta. A banda atrás toca os instrumentos alucinadamente diante do jogo de luzes no palco, como se a meta da noite fosse explodir uma das caixas de som, e talvez até seja.

"I wanna be anaaarchy!"

A onda de cabeças a frente do palco balança, impulsionada no ritmo da música. Como se atingindo uma pedra, uma das sessões da onda viva se quebra, com punhos erguidos abaixando e voltando para novos golpes. A típica perturbação que você esperava.

"Your future dream is a shopping scheme cos I!!!"

Você se desvencilha da menina com maquiagem e cabelo de cor indefinida que lambe a sua orelha, soltando as mãos do cintura fina e exposta dela. Bêbada demais pra protestar, após uma tentativa rechaçada de abraço ela vai procurar algum outro corpo para se esfregar. Possivelmente a vadia acha que enganou a todos com a carteira falsa que os seguranças sequer olharam...

"How many ways to get what you wa-ant"

Nadando em meio ao mar de gente, você vai indo contra a direção natural da onda, direto pro olho do furacão. A música alta demais pra ouvir qualquer pensamento que preste devora seu raciocínio, e abrindo mais a roda de gente você é recepcionado por um soco direto no maxilar, girando pra trás e indo ao chão por conta de um impulso que ainda levará algum tempo para aprender a freiar. Lambendo o seu próprio sangue, você sorri, sem a mínima menção de punir o felizardo que te abençoou pra começar a briga da noite.

"I wanna be anarchy !
The ooonly waaay, to, be !"

Você mergulha a fundo na pancadaria, distribuindo socos sem rumo e apanhando, o torso fino contando somente com as tatuagens como proteção, os piercings ajudando mais os seus atacantes que você. Machucados e contusões pra todo o lado, os gritos surdos abafados pela música.


"Is this the m.p.l.a"
Olhos carregados de terror...
"Or is this the u.d.a"
Um homem corre dentro da gaiola de brigas...
"Or is this the i.r.a"
Um homem se joga do teto da gaiola... dois pés nas costas...
"I thought it was the u.k or just..."
o corpo do homem acertando a grade da jaula com violência, os sentidos parecendo voarem pra longe...
"Another country"
O punk no chão com o pescoço em uma posição engraçada... O punk se levantando e caindo fora com homens de máscara...
"Another council tenancy"
Eles se vão, e você pode alcançá-los se correr...

"I wanna be an anarchist
Oh what a name..."

Quase lá...

"Get pisseeeed..."

Quase lá...

"... Destrooooy!"

Um soco no seu rosto sonhador, a banda preparando a próxima música e a iniciando...

Você anda até a gaiola e se informa um pouco, os gritos mal conseguindo quebrar a barreira do som ensurdecedor.

Aliviado, você volta pro seu mar pessoal de caos, esmurrando pessoas com um sorriso que a muito não tinha. Após a euforia você se deixa acertar novamente por aqueles pé-de-chinelo. Você tem que apanhar muito e encruar o seu corpo contra a dor.

Afinal, este é o corpo que receberá todo o impacto que Napalm e os Crossbones tem a oferecer, na próxima semana. Isso se o território deles não continuar tão óbvio, talvez...

* Após um número incontável de diversas contusões muito satisfatórias Razor decide deixar o campo de batalha e ir "esfriando o metal" como ele mesmo diz no balcão do bar da barulhenta espelunca.

"Esses frangos estão cada vez mais bêbados e menos precisos" - É o que ele pensa como desculpa perfeita por ter saído ileso da gaiola da morte.

- Me vê Tequila, Vodka e um pouco de pimenta aí! Um de cada! Ele diz para o bartender que também parece gostar do barulho e de todo aquele lugar pestilento.
O homem de cabelo azul entrega os drinks à Razor e anota com uma caneta daquelas de promoção de farmácia na cartela do estabelecimento.

Ele vira um após o outro, revirando os olhos e chacoalhando a cabeça pra aumentar a já curta sensação de embriaguez.

"úúúúúúúúhhhhhh!!!! Delícia!"

O fogo sobe até a garganta e a adrenalina dispara, Razor levanta do bar, troca as perrnas como um lutador de boxe e se prepara pra mergulhar mais uma vez no mar de gente...

"Saideira" Ele repete pra si mesmo, mesmo sabendo que a saideira mesmo vai ser quando o clube fechar e ele ser chutado de lá, brigando com todos os seguranças do local, como de costume...

Mais uma avalanche de golpes, sensações, prazer, e fúria..."Maravilhoso"

As horas passam, agora nas gaiolas de briga e apostas. Nelas você tem que tomar mais cuidado, pra não ser acertado com muita força por espertinhos que levam brinquedos pra arena. Se controlando, você luta com os frangos de lá e vai ganhando sua grana. Incrível como até a coisa mais divertida consegue pegar momentos chatos quando vira uma profissão.

A noite vai acabando, e chega a hora que as lutas já estão esfriando, o som mecânico no lugar das bandas tomando o palco sujo e com pouca gente. Hora de cair fora, talvez conseguir uma briga por ae...

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Razor, noite do dia 06/03/00:


Você sai do clube de lutas, sem nenhum sinal dos Crossbones por lá. Frequentar o lugar numa segunda, mesmo pra beber, não ia ser do jeito deles mesmo. O jeito é esperar o fim de semana que vem pra ver se o punk continua com a direita desgraçada de sempre.

Andando pelos becos, opções do que fazer nesse buraco passam pela sua cabeça. Talvez passar em algum lugar barra pesada e ser assaltado, talvez arranjar briga de graça com gangues, talvez ir pra casa e ler um livro igual a um cidadão normal pra variar...

-AAAAAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhh...

Um grito corta o ar a quarteirões de distância.
Não que seja da sua conta, mas chama sua atenção porque você ainda tem instintos e tudo né...

No beco à sua frente, você pode ver uma massa amorfa passando pela rua, arrastando um cara que mais parece um boneco com um rastro de sangue e entrando no esgoto por uma canaleta aberta. Não basta-se o wtf da situação, outro grito logo segue a cena vindo do mesmo canto, e até mesmo nessa bairro você sabe o que isso é, polícia.

O bom-senso manda ficar na sua, a curiosidade manda dar uma olhada no que tá acontecendo, de leve...

A direção do grito leva pro buraco que você tem chamado de casa essa semana, afinal...

"Mas que porra é essa?"


* Razor tenta raciocinar sobre a massa amorfa arrastando um presunto pela rua...Seus pensamentos vão desde teoria da conspiração de séries clássicas da t.v até seus gibis dos tempo de moleque tipo "monstros do espaço".

"Cara, foda-se essa merda eu que não quero ir atrás disso"

Ele balança a cabeça, incrédulo, checa o "cantilzinho do alcólatra feliz" em sua jaqueta, e este ainda está cheio, então não pode ser culpa dele...Ele enfia as duas mãos nos bolsos frontais da jaqueta e apressa o passo em direção ao grito que parece ter vindo do local mais próximo, reforçando sua atenção para não ser surpreendido.

"Se alguma coisa vai me acertar, que pelo menos eu saiba a cor dela"

Ele se enfia pelos becos e vielas, pulando o amontoado de lixo e ocasionais sem-teto que ali vagabundeiam e se arrastam, seus sentidos oscilam com a expectativa da dor e isso já o deixa animado. Dentro da sua cabeça ele vai cantando uma música que tocou no bar essa noite, só pra reforçar a sensação de agitação...


"Kick out the jams motherfuckers ! Yeah! I, I, I, I, I'm gonna...I'm gonna kick 'em out ! Yeah !


*Pisa na poça d´agua com seu coturno reforçado e com os cadarços frouxos"


"Well i feel pretty good, And i guess that i could get crazy now baby, Cause we all got in tune"

*Da um Sprint e em seguida chuta um latão de lixo pra chamar atenção, ele curte o som do metal se arrastando pelo chão, começa a solfejar a música que se desenvolve em sua mente...


"And when the dressing room got hazy now baby..."


"Vamos ver se eles conseguem e mereçam que eu me machuque um pouco mais essa noite"

Você se esgueira pelos becos, demorando alguns minutos para chegar até os gritos. Lá, uma mulher estirada no chão, alguns policiais a avaliando e uma equipe recolhendo coisas pelo local. Ao fundo, um caminhão de exercito com soldados armados e alertas, olhando para todos os lados. Seja lá o que for, foi grande para atrair mais que uma viatura com policiais tremendo para dentro da área central do Fosso.

Ficar por ali não parece ser a opção mais segura, resta saber se você pode ficar em segurança pelo local.


Rolagens:
1- Razor (Stealth)
2- Random Officer (Notice +4)

O membro 'Yy' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'd20' :

Resultado : 17, 15

Como um animal bem preparado, você logo se abaixa para trás de uma lata, passando por pouco pelo olhar de um dos policiais que parece serrar o local em busca de qualquer coisa para enfiar em um relatório. As lanternas param de dançar em volta do muro atrás de você - e 15 segundos depois voltam enquanto você se mantém imóvel, há, truque velho - e logo você caiu fora daquela merda de lugar.

As ruas voltam a passar calmamente por você, toda aquela merda ficando pra trás. Alguns pensamentos sobre o monstro passam pela sua cabeça, e chega de bizarrice por hoje. Você beberica um pouco do cantil sem pensar, só querendo chegar em casa pra se preparar pra outra noite de diversão.

Chega de bizarrices por hoje...

[No prédio a frente, uma janela se arrebenta e um vulto corpulento sai voando dela.]

... é, seria uma boa anotar o nome dessa bebida...

"Puta que pariu!"

* Razor se abaixa para evitar que os cacos de vidro que caem do céu comecema festa mais cedo...´Coloca as mãos no chão de concreto frio e toma impulso, correndo em direção à porta do prédio que o vulto saiu voando.

"Cara...Essa porrada eu não quero perder"

* Mas Razor não é estúpido. Com o local cheio de tiras e militares alguma coisa cheirava à ranço por ali e tinha certeza que não era ele. Podia muito bem voltar ali depois e conferir tudo de peito aberto no bom e velho estilo "manda defendê"...

Razor corre o olho para o céu em seguida para o chão, memoriza a localização do estranho prédio enquanto se esgueira para fora dali...

"Rota alternativa"

Ele procura por desvios no beco, comuns no Fosso, grades, manilhas, saidas de incêndio, qualquer coisa que o permita escapar dali rapidinho...

Você corre pelos becos, memorizando o prédio decrepto e andando algumas quadras até o seu pedacinho do inferno. Não dá sorte de encontrar um assalto ou qualquer outra coisa do tipo no caminho, mas por hoje já foram emoções o bastante, talvez melhor assim.

Você dorme, já antecipando o dia seguinte e a checagem do prédio depois que ele estiver frio.

Lá pras 2 horas da tarde você acorda, um dia novo todo pela frente...

* Razor acorda com a sensação de estar chapado. sabe que não pode estar mas é essa a sensação do despertar de todos os dias. Abre os olhos e limpa a remela deles..."Higiene primeiro" - Ironiza. Dá um salto da velha cama de metal que range tanto aos míminos movimentos quanto uma boa noite com uma vagabunda qualquer. De pé esle estala o pescoço e dedos da mão, ensaia uns golpes de boxe na velha parede, dá uns pulos e jabs no ar e vai tomar o seu banho.

* A água lava o corpo tatuado e repleto de piercings, ele assovia uma balada mais old do Green Day e tenta focalizar seus pensamentos...Mesmo em seu agitado mundo nunca havia presenciado tantas coisas bizarras como as da noite anterior...

"Putz, muita confusão...Espero que o velho Johnny e seus amigos consigam me surrar de verdade e valer uns socos aqui e acolá..."

* Ao terminar a ducha e se enxugar Razor se enfia em suas roupas de baixo e procura uma bermuda mais longa com a estampa camuflada do exército, pega sua camiseta White tank sem mangas e o tubo de gel para arrumar seu moicano, calça seu coturno desamarrado e coloca seu Hay Ban que roubara de um playboy desavisado em uma dessas baladas por aí...Finalmente localiza seus "brinquedos" ou o resto deles e os espalha por presilhas por dentro do bermudão e no cinto com o símbolo da anarquia.

"Hora do Show!"

* Razor atravessa o bairro, passando pela paisagem urbana bem característica do Fosso e segue fumando seu cigarro até terminar de tragar, na porta do velho edifício na noite passada. Ele tira uma goma de mascar do bolso sabor extra forte e mais uma vez estala os dedos da mão, calça seu soco inglês na canhota e solta um sorriso de canto de boca...A adrenalina começa a "rushar" em suas veias e seu sangue começa a esquentar...Tendo sentido esse frio na barriga ele avança até a porta do edifício e a chuta com toda a força para adentrar ao playground e começar a brincar...

A porta velha e caindo aos pedaços cede ao seu chute, enquanto a poeira sobe refletindo os raios de sol laranjas que invadem o local. Você ouve o eco morrer nos andares acima, e só...

Alguns passos depois, a escuridão toma o local novamente, a única fonte de luz sendo a que você fez questão de arrombar lá embaixo.


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